O Jornal Sunday Times, divulgou sua lista anual dos indivíduos mais ricos da Grã-Bretanha, e como fato marcante, observo que a soma das fortunas das 1000 pessoas mais ricas da lista, equivale a 412,8 bilhões de libras esterlinas, ou algo em torno de R$ 1,3 Trilhões, ou seja, metade do PIB brasileiro em 2007!!! De fato, impressiona.....
Outra curiosidade da lista é a quantidade de estrangeiros: dos 75 mais ricos, 40 são estrangeiros residentes, e, dentre os 200 mais ricos, constam 2 brasileiros: O dono da Natura, Antonio Luiz Seabra, e a viúva do banqueiro Edmond Safra, Lily Safra, aparecem nas posições 138 e 156 da lista.
segunda-feira, abril 28, 2008
sexta-feira, abril 18, 2008
Separação
Vários poemas no final de A fúria da beleza, livro de Elisa Lucinda, tratam da dolorosa hora da desilusão amorosa. Alguns trechos:
PEDIDO DE AMOR
Cuide de nós, meu amor.
(...)
Cuide de nosso amor,
antúrio, avenca, samambaia,
Polvilhe teus elegantes dedos
nas primaveras das plantas de nossas casas.
Essas que existem na minha e na tua rua,
e essa perene que brilha entre as duas.
Aquela primavera-cigana que se estabelece nas estações,
se instala em todas as pousadas, quartos e cafundós,
se espalha em todos os chalés
e vai do hotel aeroporto, passa na Broadway, Cabo Verde,
Canadá, até o reino de Itaúnas.
Cuide comigo das nossas dunas
onde brincam e crescem nossos meninos,
para que vença o amor,
para que triunfe o melhor sentimento.
Porque não é de vento nossa estrada,
embora voe.
Nem é de mentira nossa dor,
embora perdoe.
REBANHO PERDIDO NO PARAÍSO
Sem você a vida não é que seja exatamente ruim,
mas é que fica manca e puxa de uma perna toda beleza.
Então é surda ela de um ouvido
ou, o que não duvido, é cega dos óio.
(...)
Eu choro, por dentro, nas confeitarias,
choro nos balcões de caldo de cana e também nos balcões de poesia.
Tantos perdões te ofereci,
muitas compreensões te ofertei,
canções que cantei sem alarde nos banheiros em seu nome!
Tolerâncias-rebanho pus no altar de nossas oferendas
e agora, passeiam sem agendas nossos sonhos.
Gados sem vaqueiro percorrem o escuro do pasto.
Lá vão eles, são nossas doces quimeras.
Ovelhas sem rumo, porteira sem tramela.
Ninguém avisou a elas que podia ser de precipício o próximo passo.
Também pudera,
ovelhas pensam que o guia é certo como o sol, ele mesmo, o astro.
PEDIDO DE AMOR
Cuide de nós, meu amor.
(...)
Cuide de nosso amor,
antúrio, avenca, samambaia,
Polvilhe teus elegantes dedos
nas primaveras das plantas de nossas casas.
Essas que existem na minha e na tua rua,
e essa perene que brilha entre as duas.
Aquela primavera-cigana que se estabelece nas estações,
se instala em todas as pousadas, quartos e cafundós,
se espalha em todos os chalés
e vai do hotel aeroporto, passa na Broadway, Cabo Verde,
Canadá, até o reino de Itaúnas.
Cuide comigo das nossas dunas
onde brincam e crescem nossos meninos,
para que vença o amor,
para que triunfe o melhor sentimento.
Porque não é de vento nossa estrada,
embora voe.
Nem é de mentira nossa dor,
embora perdoe.
REBANHO PERDIDO NO PARAÍSO
Sem você a vida não é que seja exatamente ruim,
mas é que fica manca e puxa de uma perna toda beleza.
Então é surda ela de um ouvido
ou, o que não duvido, é cega dos óio.
(...)
Eu choro, por dentro, nas confeitarias,
choro nos balcões de caldo de cana e também nos balcões de poesia.
Tantos perdões te ofereci,
muitas compreensões te ofertei,
canções que cantei sem alarde nos banheiros em seu nome!
Tolerâncias-rebanho pus no altar de nossas oferendas
e agora, passeiam sem agendas nossos sonhos.
Gados sem vaqueiro percorrem o escuro do pasto.
Lá vão eles, são nossas doces quimeras.
Ovelhas sem rumo, porteira sem tramela.
Ninguém avisou a elas que podia ser de precipício o próximo passo.
Também pudera,
ovelhas pensam que o guia é certo como o sol, ele mesmo, o astro.
segunda-feira, abril 07, 2008
Kafka em HQ
Não houve apenas um trabalho de adaptação de contos em "Desista! E Outras Histórias de Franz Kafka". (Conrad, R$ 22, 64 págs.). Ocorreu também um processo de transcriação das narrativas surreais do escritor tcheco.
O norte-americano Peter Kuper, autor da adaptação, traduziu em imagens o tom absurdo das situações criadas por Kafka (1883-1924).
Trata-se, evidentemente, de uma leitura pessoal dele mostrada na forma de imagens.
No conto "Desista!", destacado no título e na capa do álbum, um homem atrasado pergunta a um policial "qual é o caminho". Acuado, ouve um sonoro "desista!" como resposta.
O atraso do homem é caracterizado com um relógio num dos olhos. A atitude agressiva do policial é simbolizada com um cano de revólver no lugar do nariz.
É esse o tom das nove histórias da obra, ora mais acentuado, ora menos. Imagem e texto procuram se harmonizar por meio dos toques surreais.
O resultado é um incômodo, muitas vezes acentuado pela crítica à condição humana.
Talvez o caso mais contundente desse desconforto seja "Um Artista da Fome", o mais longo do álbum (dez páginas).
Um jejuador profissional, que se apresenta em público, começa a perder o interesse da platéia. Tenta se apresentar num circo, mas a cena se repete.
Como de costume numa obra kafkiana, a situação em si dá margem a mais de uma leitura. Mas qualquer interpretação esbarra num certo desconforto.
Os nove contos do álbum –escritos por Kafka nas duas primeiras décadas do século 20- não são o primeiro passeio de Kuper pelo mundo kafkiano.
Ele adaptou também "A Metamorfose", trabalho feito após "Desista!".
A versão dele para o romance foi lançada pela Conrad em 2004.
Foi um bom negócio para a editora. A obra foi incluída no PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola), do governo federal.
O programa compra obras literárias e em quadrinhos e as distribui a escolas do ensino fundamental. Resultado: a obra esgotou.
"Desista!", assim como outras adaptações literárias que vêm sendo produzidas, tem tudo para seguir o mesmo caminho. Melhor garantir antes que o governo a descubra
O norte-americano Peter Kuper, autor da adaptação, traduziu em imagens o tom absurdo das situações criadas por Kafka (1883-1924).
Trata-se, evidentemente, de uma leitura pessoal dele mostrada na forma de imagens.
No conto "Desista!", destacado no título e na capa do álbum, um homem atrasado pergunta a um policial "qual é o caminho". Acuado, ouve um sonoro "desista!" como resposta.
O atraso do homem é caracterizado com um relógio num dos olhos. A atitude agressiva do policial é simbolizada com um cano de revólver no lugar do nariz.
É esse o tom das nove histórias da obra, ora mais acentuado, ora menos. Imagem e texto procuram se harmonizar por meio dos toques surreais.
O resultado é um incômodo, muitas vezes acentuado pela crítica à condição humana.
Talvez o caso mais contundente desse desconforto seja "Um Artista da Fome", o mais longo do álbum (dez páginas).
Um jejuador profissional, que se apresenta em público, começa a perder o interesse da platéia. Tenta se apresentar num circo, mas a cena se repete.
Como de costume numa obra kafkiana, a situação em si dá margem a mais de uma leitura. Mas qualquer interpretação esbarra num certo desconforto.
Os nove contos do álbum –escritos por Kafka nas duas primeiras décadas do século 20- não são o primeiro passeio de Kuper pelo mundo kafkiano.
Ele adaptou também "A Metamorfose", trabalho feito após "Desista!".
A versão dele para o romance foi lançada pela Conrad em 2004.
Foi um bom negócio para a editora. A obra foi incluída no PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola), do governo federal.
O programa compra obras literárias e em quadrinhos e as distribui a escolas do ensino fundamental. Resultado: a obra esgotou.
"Desista!", assim como outras adaptações literárias que vêm sendo produzidas, tem tudo para seguir o mesmo caminho. Melhor garantir antes que o governo a descubra
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